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Manchetes

Poesias

HUMANIDADE ENFERMA

Neste sono que entorpece a massa, A morte vulgar é a boa notícia, Tragédias se perfumam de malícia Nas manchetes com cheiro de desgraça.   E o homem morre fedendo a si mesmo, Já não sente mais a falta do ofício, Ofício duro, trágico, imperfeito. E um poema chora o desperdício.   No suplício das misérias e nos conflitos, Vejo ...

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ESPAÇO IMPUNE

A vida é árida nessa minha andante espera Espero e sinto o que virá num dia escasso Um dia urdido a transfundir-se no que faço No espaço impune onde a morte a tudo encerra.   Impune mesmo é essa dor que me esfacela Beijo a quimera que me fere num abraço Vem a luxúria, o sonho denso que me pune ...

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SAUDADE DOÍDA

Perdi-me dentro de mim Porque eu era  labirinto. Mário de Sá Carneiro Quando será que nos veremos ? Tomara que em breve. Quanto tempo me resta para livrar-me deste cárcere que sem realce do espírito apodrece ?   Contudo, prosseguirei a jornada, e minha vida continua fria sem conseguir o progresso esperado sem entender o que se passa nos sentidos; ...

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DEPOSITÁRIO INFIEL

Refiro-me ao tempo como algo perene, viajo no passado como algo inalcançável, tento em vão adivinhar o futuro iminente e não antevejo nada, além do imaginável.   Dizem que não estou no presente! Em que tempo mesmo estou, se a mentira histórica é mais resistente e se o passado por mim já passou?   O futuro é apenas um tempo ...

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