Neste sono que entorpece a massa,
A morte vulgar é a boa notícia,
Tragédias se perfumam de malícia
Nas manchetes com cheiro de desgraça.
E o homem morre fedendo a si mesmo,
Já não sente mais a falta do ofício,
Ofício duro, trágico, imperfeito.
E um poema chora o desperdício.
No suplício das misérias e nos conflitos,
Vejo frases sem brilho, sem poesia,
Fotos opacas, com perfume de vísceras,
Vísceras fartas de exageros e vícios,
Vícios de poder, de matar, de morrer,
E uma lágrima desaba no precipício.
Para onde vai a humanidade enferma,
Autista, egoísta, perversa, fictícia,
Muitas vezes cruel consiga mesma?
A insensatez maior é a boa notícia?
Ruy Câmara
Escritor Ruy Câmara Site oficial do escritor Ruy Câmara
























